Médias Simples
Meter um francês num avião pode demorar, em média, mais 1,5 minutos do que um português. Um português que não seja emigrante, abra-se o parêntese. Sou eu quem o afirma. Vamos lá sistematizar: Uma pessoa entra na França, a passeio ou a trabalho, e arrisca-se a vir de lá com um brinco pendurado na orelha. É a moda por aqueles lados! Ora, uma moda assim não é compatível com os detectores de metais dos aeroportos. Cada francês, ou português emigrado em França, tem que passar duas vezes no detector, uma que é a passagem da praxe, para qualquer cidadão normal, e outra que é a passagem de castigo por se terem esquecido do brinquinho na orelha. Bem… brinquinho que é como quem diz, aquilo não são brincos normais! Há por lá homens que trazem pendurados nas orelhas autênticos receptores parabólicos ou portentosas obras de arte (A Nokia que olhe para eles com olhos de ver e não tarda muito temos televisão, rádio, telemóvel, microondas, tudo incorporado no cérebro humano, por captação brinco-parabólica).
E dizem vocês: “Ah!... Mas isso são só os homens franceses. Com as mulheres a regra não se aplica uma vez que as portuguesas também usam brincos nas orelhas”. Ora, não há nada mais errado e pouco abonatório do que fazer uma dedução tão superficial como essa! Se metermos as mulheres francesas ao barulho então temos a média toda lixada, por defeito. Isto é, com as mulheres francesas a heurística é ainda pior. Se não esbarram pelos brincos massacram-nos a vida com os piercings. E aí a coisa torna-se muito pior! É que os brincos dos franceses, suponho, devem andar apenas nas orelhas (Pronto… Não ponho a minha mão no fogo neste pressuposto) mas os piercings das francesas aparecem nos mais recônditos lugares. Enquanto um brinco se tira facilmente sem o risco de se arrancar uma orelha, para um piercing num umbigo, ou noutro local mais encoberto, é um verdadeiro perigo a tarefa de remoção. Assim, se as mulheres francesas entrarem na amostra estatística, então a média de atraso de um francês em relação a um cidadão normal pode ascender aos 2 minutos.
Muitos outros exercícios estatísticos podem ser feitos numa simples observação de embarque. Por exemplo: Um emigrante português em França pode levar mais um 1 minuto a entrar num avião do que um francês normal. Ou seja, mais 3 minutos do que um português normal. Porquê? Porque para além dos brincos e dos piercings querem levar as mães, as tias, os avós, o cão, o gato, o saco de batatas (pommes de terre), o cesto das maçãs (já agora, pommes de l’air), os peixinhos (já agora, poisson de mare), o chocolate para a família, o caramelo para o vizinho, o pingarelho para tio, tudo, tudo dentro de saquinhos Yves S. Laurent com o mesmo padrão daqueles que vemos nos tendeiros das feiras portuguesas.
Eu não tenho nada contra os emigrantes nem contra os franceses. No caso dos emigrantes acho até que são a nossa grande fonte de receita. Fico apenas chateado com o que me está a acontecer em França quando chego à fase crítica em que me perguntam de onde eu sou (Fase crítica porque nela tudo se decide. O meu futuro imediato, pelo menos). Eu nunca me renego: “Sou português, não se vê?!” A reacção é sempre a mesma: Primeiro fazem aquela cara de quem me vai vomitar em cima. Depois vêm sempre com a mesma coreografia: Erguendo os braços e batendo castanholas com os dedos, como quem dança num grupo folclórico, cantam “óbali bálá/óbali bálá”, e terminam em grande com o chavão: “Bacalau! Bacalau!”. Um português na França não é mais que “bacalau”, irra!
Eu, que fico aborrecido com estes preconceitos, tenho-me dedicado nos últimos tempos à realização das mais improváveis estatísticas, como esta que aqui vos apresentei.
E dizem vocês: “Ah!... Mas isso são só os homens franceses. Com as mulheres a regra não se aplica uma vez que as portuguesas também usam brincos nas orelhas”. Ora, não há nada mais errado e pouco abonatório do que fazer uma dedução tão superficial como essa! Se metermos as mulheres francesas ao barulho então temos a média toda lixada, por defeito. Isto é, com as mulheres francesas a heurística é ainda pior. Se não esbarram pelos brincos massacram-nos a vida com os piercings. E aí a coisa torna-se muito pior! É que os brincos dos franceses, suponho, devem andar apenas nas orelhas (Pronto… Não ponho a minha mão no fogo neste pressuposto) mas os piercings das francesas aparecem nos mais recônditos lugares. Enquanto um brinco se tira facilmente sem o risco de se arrancar uma orelha, para um piercing num umbigo, ou noutro local mais encoberto, é um verdadeiro perigo a tarefa de remoção. Assim, se as mulheres francesas entrarem na amostra estatística, então a média de atraso de um francês em relação a um cidadão normal pode ascender aos 2 minutos.
Muitos outros exercícios estatísticos podem ser feitos numa simples observação de embarque. Por exemplo: Um emigrante português em França pode levar mais um 1 minuto a entrar num avião do que um francês normal. Ou seja, mais 3 minutos do que um português normal. Porquê? Porque para além dos brincos e dos piercings querem levar as mães, as tias, os avós, o cão, o gato, o saco de batatas (pommes de terre), o cesto das maçãs (já agora, pommes de l’air), os peixinhos (já agora, poisson de mare), o chocolate para a família, o caramelo para o vizinho, o pingarelho para tio, tudo, tudo dentro de saquinhos Yves S. Laurent com o mesmo padrão daqueles que vemos nos tendeiros das feiras portuguesas.
Eu não tenho nada contra os emigrantes nem contra os franceses. No caso dos emigrantes acho até que são a nossa grande fonte de receita. Fico apenas chateado com o que me está a acontecer em França quando chego à fase crítica em que me perguntam de onde eu sou (Fase crítica porque nela tudo se decide. O meu futuro imediato, pelo menos). Eu nunca me renego: “Sou português, não se vê?!” A reacção é sempre a mesma: Primeiro fazem aquela cara de quem me vai vomitar em cima. Depois vêm sempre com a mesma coreografia: Erguendo os braços e batendo castanholas com os dedos, como quem dança num grupo folclórico, cantam “óbali bálá/óbali bálá”, e terminam em grande com o chavão: “Bacalau! Bacalau!”. Um português na França não é mais que “bacalau”, irra!
Eu, que fico aborrecido com estes preconceitos, tenho-me dedicado nos últimos tempos à realização das mais improváveis estatísticas, como esta que aqui vos apresentei.
“Au revoir”!
1 Bocas:
This comment has been removed by a blog administrator.
Post a Comment
<< Home